domingo, 5 de maio de 2019

Não te negues a Falstaff

Beberrão, corpulento. Corpo lento onde se esconde, sob a máscara da Falstaff, meu verdadeiro eu.
Perdoe-me, meu senhor, por sê-lo. Perdoe-me, senhor do meu peito, não ter a dignidade de tua adoração, pois como pândego meu espólio é a alcunha do velho boêmio. Falstaff é, no entanto, doce e alegre; assim posso eu ser-te.
Renego minha coroa de louros, guardo minha luz para andar na tua escuridão, senhor, com a figura simples de um velho que não te causa transtornos de inveja ou assuntos sóbrios demais à tua alma cansada.
Ah! Doce Falstaff, alegre Falstaff, fiél Falstaff. Não, não te exiles do velho, eu imploro como o velho, originalmente, rogou ao seu príncipe. Não te exiles de Falstaff, ou terá te exilado do mundo inteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário