sábado, 25 de dezembro de 2010

ESCORPIÃO

Sempre fui uma mentirosa ao dizer que nunca sofri. Na verdade, eu sofro demais, da mesma maneira como me regozijo. Eles apenas nunca deixaram as coisas serem reais para que eu considerasse a dor verdadeira e a admitisse. Acabamos fazendo, os outros e eu, disso um jogo. Arranhamos os corações um dos outros, sangramos e depois de uma dose e de um comprimido já estamos bem. Acordamos novamente para a mesma rotina de jogatinas de amor esperando alguma espécie de resgate.
Às vezes a covardia inibe as coisas: Onde está aquele beijo que você me negou?
Isso deixa as coisas mais intensas, deixa meu ódio mais vivo e minha vontade mais quente. Faz com que eu pinte retratos lascivos de nós dois na minha cabeça.
Eu sonhei... Eu quis sincronizar nossa respiração e disparar as batidas do seu coração para depois paralisar tudo por um momento. Ataque cardíaco! Eu quis nossos quadris em sincronia, minha mão na sua nuca; meus dedos se enroscando no seu cabelo. Puxe!
Eu quis seus defeitos e sua feiura, afinal é isso que o amor é: cruel. Você quis minha doença e, afinal é isso que o amor é: loucura. A loucura quis o amor, afinal é isso que loucura é: realidade. Beleza, felicidade, calmaria, segurança, aparências, tudo isso é o que o nosso amor não é. Mais ainda podemos ter um pouco de diversão, eu só preciso de uma chance.
Uma chance, não é muito para negar.

AMOR

Meu amor, sereno e eterno.








Malu